Perguntas disparadoras de Nelma:
Qual o passo a passo metodológico de vocês para a realização desses processos criativos? O que vocês pretendem desenvolver aqui em Lençóis?
Nosso passo a passo é mais ou menos assim:
Identificação de uma urgência (de reflexão) comum aos componentes do grupo >>> socialização da urgência diante de outro(s) grupo(s) – será que essa mesma urgência também é comum à outras pessoas? >>> Reflexão coletiva e formalização desta urgência em um símbolo que a revele. >>> Inscrição do símbolo (e da reflexão) na vida pública.
E o que pretendemos desenvolver aqui:
Pretendemos começar um processo criativo envolvendo alguns grupos e movimentos sócio-culturais locais. Nossa intenção é apresentar o que fazemos, nossos percursos, as questões que nos mobilizam e ouvir diferentes experiências dos grupos daqui, suas histórias, estratégias e urgências atuais. Para nós, a troca de metodologias e processos é muito importante. Com essa intenção, criamos este ambiente poético, onde exibimos seqüências documentais de fotografias, textos e criações gráficas de nosso trabalho realizado em São Paulo e de alguns outros grupos e artistas parceiros.
Estamos convidando integrantes de grupos como o Avante e a BRAL para participarem de encontros aqui. O que acontecerá ao final desse percurso nós ainda não sabemos, queremos dar forma e nome coletivamente aos passos. Criar um “novo grupo”, misturando integrantes de diferentes grupos para percorrer conosco esta jornada é uma das idéias. Criar novos enlaces, escutar diferentes narrativas, promover encontros inesperados e apontar caminhos para pensarmos a relação entre a arte, a educação e o campo social. Estamos abertos à propostas e caminhos.
E vocês? Em que momento do percurso estão agora?
Valneide: Estou dentro e fora sempre. Sou ao mesmo tempo o jovem que alavanca e o público alvo. Neste momento, minha dificuldade é organizar minhas angustias, medos e desejos para compartilhá-las, torná-las públicas.
Nelma: O Avante surgiu de um movimento social e cultural para intervir em políticas públicas. Hoje acredito que necessita de mídia, tornar pública a própria história. A arte sempre foi para mim a grande propulsora. Sou capoeirista angola, sempre trabalhei com texto, pintura, a arte foi sempre minha forma de intervenção, meu oxigênio para outras atividades. Neste momento, minhas atividades na Associação se avolumaram tanto, que a arte foi ficando para trás. Ao contrario de Valneide, não consigo nem falar sobre medos, angustias e desejos...
Idéias que surgiram dessa conversa:
- Montar uma exposição audiovisual coletiva com todos os parceiros (pensar como expor o jornal Avante e a Rádio Laúza);
- Fazer essa exposição em uma praça pública de Lençóis.
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